sábado, 11 de dezembro de 2010

Triunfo tranquilo.

O pano levanta-se e entra em cena uma nova personagem. Ávida por reconhecimento, determinada a impressionar. Chama-se Rodríguez, James Rodríguez, e tem sido uma espécie de pedra preciosa manobrada com o mais redobrado dos cuidados. Percebe-se.
O investimento foi pesado e o retorno é imperativo. No F.C. Porto-Juv. Évora estreou-se a titular, participou em dois golos dos dragões e exibiu um manancial técnico digno de louvores. Mas o jogo foi mais do que James Rodríguez, naturalmente. Foi, acima de tudo, uma prova mais do carácter nobre do dragão. Sério, respeitador, competitivo, o líder da Liga dilacerou o sonho alentejano logo aos dez minutos e partiu para uma cerimónia cordial mas inacessível ao visitante. Radamel Falcão abriu as contas; João Moutinho marcou pela primeira vez de dragão ao peito; Álvaro Pereira sublinhou o regresso após lesão com a autoria do 3-0 e Walter encostou sem dificuldades para o quarto da noite. O segundo golo do F.C. Porto - pese embora a posição duvidosa de Guarín - é uma ode ao futebol. Tudo ao primeiro toque, tudo envolvente, tudo em movimento até à finalização de João Moutinho. Um pedaço de arte no Dragão, um lampejo de futebol total a entreter os mais de 25 mil espectadores.

Tudo o restante foi previsível. Principalmente pela postura seríssima do F.C. Porto e pelo nervosismo latente do Juventude. Num ritmo regular, cheio de bons momentos, os dragões deram por duas vezes razão a Villas-Boas.

Primeiro ao assinar por baixo o tratado de psicologia motivacional do técnico e depois a provarem que as armas eram, de facto, desiguais. Quando assim é, o argumento desenrola-se pardacento, obediente, sem grandes desvios ao rumo traçado em todas as previsões.

Apesar da colocação de Kieszek, Sereno e James na equipa inicial, André Villas-Boas não facilitou um milímetro. Manteve seis das suas unidades de maior confiança, somou-lhes outras desejosas de mostrar serviço e o antídoto funcionou em pleno.

Não é a mesma coisa, de resto, lançar nestes jogos 11 atletas sem ritmo ou apostar nesta mistura equilibrada. Villas-Boas prefere assim e os factos dão-lhe razão. O técnico cria um ambiente cómodo aos que menos vezes jogam e dá um sinal de exigência competitiva aos habituais titulares.

13 anos depois do último Porto-Juventude, não houve Mário Jardel nem uma goleada histórica. Falcao não fez dez golos, conforme pediu o brasileiro, mas a tradição jamais esteve ameaçada.

Retirado do site: maisfutebol

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